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O celular te controla? Brasileiros ficam mais de 9 horas POR DIA online: descubra como escapar desse labirinto digital

Atualizado: 17 de set.

Excesso de telas está relacionado ao aumento dos casos de depressão e ansiedade — saiba como preservar a sua saúde mental em um dos países mais conectados do mundo.


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Você já pegou o celular para ver as horas… e, 30 memes e 20 vídeos depois, guardou sem verificar as horas? 😂

Fato é: somos um país cronicamente online. Segundo o relatório digital da We Are Social e Meltwater, brasileiros ficam 9 horas e 13 minutos conectados à internet. Significa que passamos PRATICAMENTE metade do nosso dia nas redes.


E, obviamente, esse excesso traz consequências (spoiler: elas não são positivas).


O preço da hiperconexão

O excesso de telas está diretamente relacionado ao aumento dos casos de depressão e ansiedade em crianças e adolescentes. É o que afirma a tese “As associações entre tempo de tela e saúde mental no ciclo vital” (UFMG), de Renata Maria Silva Santos.


A autora destaca que as tecnologias estão cada vez mais sendo utilizadas para trabalho, entretenimento e estudo, sendo as principais aliadas contra a solidão (fato que observamos durante a pandemia e que se tornou corriqueiro no mundo pós-COVID).


Labirinto digital

Desde 2020 sinto que o “sair da internet” praticamente não existe.


  • Demorou para receber uma mensagem? Aflição.

  • Ficou sem sinal? Desespero.

  • Ignorou uma notificação? Culpa.


E, se você, assim como eu, é da época em que internet discada e computador de tubo eram a mais alta tecnologia, provavelmente compreende o desespero que é não poder “esquecer” da vida online. (E olha que quem tá falando isso é uma jornalista, influenciadora e estrategista de mídias digitais, hein? haha).


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Sociedade do cansaço

Essa exaustão está diretamente relacionada às comparações e aos efeitos nocivos da intensa exposição às telas em nosso psicológico. Em 2018, por exemplo, o Instagram foi considerado a rede social mais nociva à saúde mental dos jovens.


Esse dado me motivou a criar a campanha #seenxerga: um manifesto em que incentivei mulheres a manifestarem a sua pluralidade, compartilhando fotos sem maquiagem e sem filtro, em celebração à real beleza: a própria!


E, se em 2018 a rede já era nociva, imagine agora, quando praticamente todas as profissões parecem depender do digital.

A população possui muito mais acesso e, consequentemente: mais comparações, mais pressão e uma vida perfeita (que muitas vezes é gerada por inteligência artificial).


O prazer de ficar de fora

No entanto, se antes vivíamos com medo do FOMO (fear of missing out — o medo de ficar de fora), agora o nosso desejo é o JOMO (joy of missing out — a alegria de ficar de fora).


O JOMO é escolher desligar-se:

  • de eventos,

  • de shows,

  • de redes sociais.


É silenciar o barulho das redes e celebrar os momentos que não têm replay.

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Cronicamente Off-line?

Foi por perceber a minha necessidade de desconexão das telas que decidi criar a série “Cronicamente Off-line”.


NahReal? Eu tive um burnout aos 24 anos, devido ao trabalho intenso como estrategista digital. E, 4 anos depois, percebi que as sequelas ainda habitam o meu cotidiano: ficar com a internet desligada, por exemplo, causa pânico.A sensação é como se uma mensagem importantíssima de trabalho pudesse surgir a qualquer momento. Por isso, eu decidi respirar: me desconectar das redes para me reconectar comigo mesma!

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Enxergar a vida através dos olhos, e não das lentes. Afinal, muitas vezes buscamos no celular o lazer que precisamos.

No entanto… será que a melhor maneira de relaxar é afundar-se no scroll infinito das mídias sociais ou em uma série da Netflix?


Perder para ganhar

Eu tô percebendo que o excesso de telas traz uma sensação de insuficiência, comparações, likes… e o famoso “brain rot” (mas esse tópico vamos deixar pra outro papo haha).


Estar online significa ver gente ganhando mais dinheiro, sorrindo mais, trabalhando mais. Existe um barulho constante… como se as redes fossem a nova Times Square.

Tanto estímulo visual e sensorial está nos deixando EXAUSTOS.

E, nahreal? Nessa aventura de me desconectar eu tô me sentindo uma pessoa muito mais interessada e interessante.

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Eu já fiz aula de pintura, maquiagem, teatro, costura, oficina de colagem, origami, piquenique, curso de vinhos, yoga na floresta (e tem muito mais por vir).


Eu tô me conhecendo e me reconhecendo a cada atividade: é clichê (eu sei haha), mas perceber que eu tô realmente vivendo é muito prazeroso.


Constato que existe muita vida inteligente para além do algoritmo. E que, nahreal… ter um burnout aos 24 anos não foi o fim do mundo: talvez tenha sido o recomeço. Não tô querendo romantizar a dor, mas é que, em cada mergulho off-line, eu recebo um convite para descobrir o mundo real: o meu e o do outro.


E, como na oficina de colagem, onde cada pedacinho, cada fragmento ganha novo significado, reparo que, de fato, a vida é assim: às vezes precisamos “quebrar” para recomeçar. Pedaços podem se tornar um todo — como bem diz Leonard Cohen: é pela fresta que entra a luz. Talvez a sua fragilidade é o que vai te transformar em potência.


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O texto de hoje é um convite para você explorar o lado “cronicamente off-line da vida”.

Vá caminhar no parque sem o seu celular, convide aquela amiga que você não vê há tempos para um café, faça uma aula experimental de dança, boxe, yoga… descubra novos hobbies.

Porque uma coisa eu posso afirmar: existe muita beleza em perder o barulho das redes para encontrar a melodia da VIDA.


Câmbio, desligo. :)


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