Como escolher a sua profissão?
- Nayara Ribeiro
- 11 de ago. de 2022
- 7 min de leitura
Atualizado: 16 de ago. de 2022
"Licenciatura, bacharelado, tecnólogo, curso profissionalizante ou técnico?A lista é quase infinita , tornando a escolha de carreira um momento de independência e dúvidas, repleto de inseguranças e ansiedade. Tá nessa situação? Então confira o post do dia, porque ele vai te ajudar a tomar uma decisão assertiva.'''

Solucionar dilemas que envolvem escolha da carreira não é um processo simples. Existe um peso e uma enorme pressão durante esse processo de decisão, afinal, a maioria dos jovens enxerga o vestibular como a porta de entrada para a profissão que poderão exercer durante toda a vida.
Seja você um jovem vestibulando ainda indeciso quanto ao curso que irá escolher, ou um experiente profissional que deseja mudar de carreira, a reportagem de hoje vai ajudar você a resolver esse impasse.
Uma escolha: diversas possibilidades
AFLITA, é assim que Mariana Oliveira, 17 anos – aluna do Colégio Santos Dumont – define-se ao ser questionada sobre escolha de carreira. Faltando poucos meses para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), a estudante ainda não sabe qual formação seguir.
Neste caminho de indecisões, a jovem revela que pretende optar entre os cursos de Letras, Biologia ou Engenharia Ambiental.
Apesar da ansiedade, ela destaca que procura tratar com humor o fato de estar em dúvida entre cursos de áreas tão distintas; mas confessa que as incertezas tem afetado suas noites de sono.
“Às vezes acordo de madrugada e começo a pensar sobre os cursos. Quando percebo que a dúvida continua, fico aflita. Meu coração chega a ficar acelerado,”
Mariana Oliveira, estudante do terceiro ano do ensino médio.
No entanto, Mariana não está sozinha neste processo, a pesquisa mais recente realizada pelo Portal Educacional revela que 54% dos estudantes do terceiro ano do ensino médio ainda não sabem qual carreira seguir.
Escolha de carreira - O jovem está bem preparado?
Não existe um manual listando o que fazer após a conclusão do ensino médio, o que desespera muitos jovens; afinal, ao concluir este ciclo obrigatório de ensino, ele começa a descobrir a independência, mas também um universo de dúvidas.
O fato de aprender conteúdos de diferentes áreas, durante a fase escolar, com um programa de ensino que na maioria dos colégios não estimula o estudante a focar em um segmento de interesse, forma um aluno que precisa estar ciente de todas as áreas, mas que não se aprofunda em nenhuma.
Vivemos na era do imediatismo, o acesso ao conhecimento atualmente é muito mais amplo, o que é extremamente positivo, mas pode proporcionar a sensação de estar recebendo um excesso de informações.
Tantas possibilidades podem contribuir para que o jovem perceba aptidões em áreas opostas. Atraindo-se, por exemplo, por geografia e física, isto faz com que o leque de cursos de interesse fique cada vez maior.
A psicóloga Priscilla Silva, da plataforma Terapize, destaca que essa dúvida inicial entre os mais jovens, é super normal, principalmente devido à fragmentação das profissões. “Na época dos nossos pais, há cerca de 50 anos, era usual a escolha de formações consideradas tradicionais, como por exemplo: Medicina, Direito ou Engenharia; hoje, as opções de curso parecem ser infinitas, o que aumenta as incertezas dos jovens.”.
A expectativa do outro em relação ao futuro profissional também nos afeta na definição de nosso propósito de carreira. "Eu tive dificuldade na escolha profissional. Me encontrei na psicologia de forma considerada tardia para os padrões atuais, apenas aos 23 anos de idade."
"É desafiador escolher a profissão da sua vida aos 18 anos. Por isso, eu sempre alerto os meus pacientes com um conselho que eu gostaria de ter recebido: 'Tenha calma! A profissão que você escolheu agora, não precisa ser a sua profissão para sempre!'", orienta.
Investir no autoconhecimento é a chave para ouvir menos a opinião do outro e mais os nossos desejos latentes. É por isso que a orientação vocacional é tão importante neste processo, sendo considerada por muitos psicólogos como um pilar que deveria estar presente nas Instituições de Ensino a partir do primeiro ano do ensino médio.
Acalmando mentes aflitas
Mércia Alves, psicóloga com ênfase em Terapia Cognitivo Comportamental, também atua na área de Orientação Vocacional através da plataforma Terapize, A profissional pontua que ao falarmos em Orientação Vocacional precisamos pensar em nossa realidade dentro da sociedade. "Devemos observar a nossa questão sócio-econômica, nossas habilidades e aptidões."
"Não adianta eu querer cursar medicina, se eu não suporto ver sangue. Não adianta eu almejar um curso de exatas, se eu não tenho habilidade neste campo. Eu preciso mergulhar no autoconhecimento, entender no que eu sou boa/bom e investir nesta área.", destaca.
Sobre a opinião dos pais e amigos, Mércia enfatiza: " Contar com o apoio dos pais é extremamente relevante, contudo se isso não ocorrer, é necessário que o jovem coloque na balança os prós e contras de cada profissão. A dica essencial é que o candidato pesquise bastante não só sobre o curso, mas que visite também as universidades; analise a grade curricular e converse com os profissionais que atuam na área que lhe interessa."
Priscilla Silva completa: Se hoje a internet é esse universo de informações, devemos utilizá-la ao nosso favor: converse com profissionais da área, busque a orientação vocacional, converse com estudantes, participe de fóruns e debates online que tenham como tema a profissão de desejo. Explore o LinkedIn, inscreva-se em workshops e feiras de estudantes. O conhecimento é seu grande aliado para realizar escolhas assertivas."
Iniciei os estudos e me arrependi: e agora?
Enganam-se aqueles que pensam que as dúvidas desaparecerão com a aprovação no vestibular. Para muitos, pode ser o início delas. Principalmente para aqueles que não se informaram sobre as disciplinas do curso ou a realidade da profissão.
Priscilla lembra que nos primeiros anos da graduação a indecisão pode ser comum, devido à grade curricular de ensino das universidades, que, geralmente, é pouco dinâmica, composta por matérias que não parecem objetivas para o estudante. Mas a psicóloga alerta que quando a pessoa vai para a faculdade sem estímulo algum ou quando a pessoa não se enxerga atuando naquela profissão, o curso se torna um sofrimento e é hora de repensar a escolha.
"Você não vai gostar de todas as aulas do curso, então é importante ponderar sobre uma eventual mudança. Eu mesma, só fui me apaixonar pela psicologia no meio da graduação."
Questione-se sempre. Pense por qual motivo você escolheu aquela profissão e saiba que os desejos podem mudar durante o caminho e tá tudo bem mudar, desde que o desejo parta do seu coração."
É importante analisar se você está com dificuldade em alguma matéria ou se realmente não está interessado pela profissão. Outro ponto que pode interferir na decisão ou desejo de mudança é o retorno financeiro. Nesta questão, a psicóloga lembra que as profissões se reinventam e se transformam a cada dia:
"Focar no retorno financeiro não é errado, mas focar apenas neste fator, é cruel. O dinheiro é a consequência de um bom trabalho. Pense em desenvolver suas habilidades para conquistar bons números no setor financeiro, mas não dependa desses números para escolher a sua profissão, afinal, o que está em alta hoje, pode não estar amanhã.", enfatiza.
Aqueles que desejam optar por uma nova graduação precisam ter, acima de tudo, coragem e persistência, afinal, podem surgir impasses com a família. Além de divergência de opiniões e dúvidas, pois, fatores como o tempo e o dinheiro gastos podem influenciar na decisão.
A dica neste caso é amadurecer a ideia da mudança . Se houver impasse com a família devido à escolha da nova profissão, o melhor a ser feito é não “bater de frente”, mas mostrar de maneira exemplificada como a transição pode ser positiva.
Recalculando Rota - Mudança de Curso
Paula Soares, 27 anos, ex- graduanda em Jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), apostou no diálogo amigável e conquistou o apoio dos pais. Em novembro de 2015, após o retorno da greve na UFJF, ela decidiu perseguir um sonho antigo: a carreira musical.
A ex-estudante de Jornalismo conta que sonha em dedicar-se à música desde 2012, quando ainda estava no segundo ano do ensino médio. Ela conta que decidiu investir na faculdade de Jornalismo, como um 'plano B', pois era uma área que se encaixava em seu perfil comunicativo e ela tinha receio de cursar música, pois considera que ser reconhecida e obter sucesso nesta área é algo difícil no cenário brasileiro.
Paula revela que pensou muito antes de tomar a decisão de trancar o curso, mas optou por aquilo que a faria feliz e agora pretende prestar um novo vestibular. Ela conta que houve um pequeno impasse com os pais, pois eles preferiam que a jovem conciliasse o curso de jornalismo e o amor pela música, porém, após uma conversa, eles a deixaram livre para fazer sua escolha e hoje a apoiam em sua nova carreira.
Recalculando Rota - Mudança de Carreira
Mudar a área de estudo exige coragem e esforço, mas mudar a carreira profissional exige o dobro de empenho. A psicóloga Mércia aponta que em geral, as pessoas que possuem uma carreira estável e decidem mudar de setor precisam lidar com o medo, receio de instabilidade e os desafios de retornar à sala de aula ou mercado de trabalho em uma posição inferior.
"É necessário se reinventar e entender que alguns saltos são mais difíceis que outros. Migrar de áreas afins é um pouco mais tranquilo. Decidir mudar de uma área administrativa para medicina pode ser um pouco mais complicado, mas não é impossível. Com persistência e dedicação é plenamente possível.", pontua.
Para as pessoas que já estão no mercado de trabalho e precisam conciliar trabalho e estudos, a especialista orienta: " O mais importante é não se comparar, afinal, comparações são a receita perfeita para frustração e desânimo. As outras pessoas possuem suas próprias questões. Não fique preocupada(o) se você possui mais idade do que as outras pessoas de sua turma. Alguns obstáculos podem sim ser maiores, no entanto, maior tempo de vida também representa mais experiências e até mesmo maior sabedoria. Faça o seu, confie no seu potencial e saiba que você é capaz de vencer.".
A orientação vocacional pode ajudar você a ampliar o seu leque de oportunidades. As psicólogas destacam que o direcionamento não possui 'receita de bolo', sendo individual para cada pessoa. Lembrando que o autoconhecimento é a base para a escolha da profissão dos seus sonhos!
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